domingo, 27 de fevereiro de 2011
sábado, 26 de fevereiro de 2011
Paradoxo
Paradoxo
Queria uma casa no campo
Que nem Elis
Gozo com a voz dela... Sim.
Quando transo Maria Rita.
© Tom vital
A Poesia Não Serve Pra Nada
A poesia não serve pra nada
Por isso mesmo a poesia serve pra tudo.
Serve para embrulhar o pastel na pastelaria
E o pão na padaria da esquina.
Na caixinha de alumínio
Serve para o envase do leite no laticínio.
Estampada na toalha ela serve
Para secar o corpo da morena, da mulata
Da ruiva e da loira após o banho.
Bordada no pano de prato
E também serve para secar o prato
As panelas e os talheres.
Só não vale cuspir no prato
Que se comeu.
Bordada na peça intima
Da pequena
Ela serve para um momento
De reflexão antes do
Ataque à fortaleza
Para o grand finale.
Assim também se estiver
Gravada na coronha de
Um fuzil AK-47.
Impressa no lenço de papel
Ou de pano
Ela serve para assoar o nariz
E no papel higiênico ela serve
Para limpar o fiofó
Quem foi que disse que a poesia
Não serve pra nada se ela serve pra tudo?
Das coisas do amor a coisas praticas do
Dia-a-dia
Até as mais revolucionárias.
Mas o certo mesmo é que a poesia
Não serve pra nada.
© Tom vital/26/02/2011
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
Poesia Na Praça Sete
Poesia Na Praça Sete
Expulsos do jardim do Éden
Adão e Eva, os primeiros poetas
Encontraram refúgio
No "Poesia na Praça Sete"
E no "Belô Poético."
E graças a Virgilene Araújo
E sua aula pública de poesia
E ao poeta Rogério Salgado
"O Poeta que não deixa a poesia descansar."
Em Belo Horizonte
A poesia está salva.
Salve... Salve! Poetas
Aves de Arribação
© Tom Vital/30/06/2009
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
Poema Incidental
Poema Incidental
Um dois toques
Bola na rede
Um dois toques
Poesia na gaveta
Um dois toques
A mina tá na minha.
Árido como ferro
Metal sangue da terra.
Em cada verso
Ousar usar abusar
Se lamusar lambusar
Não endeusar a musa
Se achegar como
Quem nada quer
Degustar lentamente
Cada silaba da palavra
Para não engasgar
Regurgitar vomitar
A sintaxe engastalhada.
© tom vital/22/02/2011
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
Ou assistir o último tango em paris
Ainda que saiba que eles só emitem passagem de ida.
E a beleza contagiante do boi da manta no carnaval de rua de vespasiano.
©Copyright Tom Vital/2008
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
Errata Bíblica
Santa Maria Pinta Niña
Jesus Cristo esteve nas Américas
Era marujo timoneiro
Foi com ele que Colombo
Aprendeu a prova do ovo.
Bigamia não é pecado
Também não é pecado
Já dizia meu finado amigo
Zé Geraldo Filho:
Desejar a mulher do próximo
Principalmente quando ela é jovem
Bonita e lhe dá a maior bola
O único perigo
É o gosto do chumbo.
Pecado, safadeza, é usar batina
E abusar das criancinhas
Pecado, safadeza, é dizer-se pastor
E abusar do dízimo dos humildes.
Adão era artesão
Adão era cheio de tesão
Mas como bom malandro carioca que era
Ele não provou da maçã primeiro
Antes ele tomou o sangue da serpente
Sangue ainda quente, a guisa de afrodisíaco
E com o tegumento fez um belo cinto
Com o qual enxotou Lilith
(e mais tarde castigou Caim
(Que ensinou cachorro a ganir)
Depois dormiu com a Eva
E comeu a maçã de sobremesa.
Deus era Brasileiro, falava Uai!
E criou o mundo em um dia.
Essa história de criar o mundo em seis dias;
E descansar no sétimo dia
É coisa de Julião Capitalista
Ladrão de gravata, ouro, e prata
Sansão o primeiro Atleticano da história
Colocou fogo no rabo de trezentas raposas
Ironia do destino o primeiro milagre de Jesus Cristo
Foi a invenção da saideira.
Tom Vital falou
E o escriba gravou no palimpsesto;
E num fragmento de rocha:
"Embora eu dê testemunho
De mim mesmo, o meu testemunho
É digno de fé, porque sei donde vim
E para onde vou;
Mas vós não sabeis donde venho
"Nem para onde eu vou."
Jesus Cristo disse:
"Eu sou aquele que é:
Platão não sabe da missa
Um terço
Quem quiser ser poeta
"Que atire o primeiro verso."
©tom vital 19/10/1999
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
Na Estrada Para Estocolmo
Na Estrada para Estocolmo
Não distingo água e vinho
Vinho e água
Pão e sal, sal e pão
Sou quem sou...
Se não fosse
Não lhes diriam
Químico poeta
Preparo eu mesmo
Meu próprio alucinógeno.
Há muito venho pavimentando
Minha via poética
Com guano de pombo.
Sou antiaderente
Detesto pessoas adesivas
Caminho sempre só.
Meu coração de poeta
Varri para trás da porta.
Tenho olhar aguado
Feito um cão vira-lata
Ou cadela no cio.
Aedo me fiz imortal
Mas carrego um inferno no peito.
O meu nome você sabe
Você viu
No velho mapa-múndi
È nome de homem e de nação
Na Itália existe um ditado:
"... São todos bons".
Veja a grandeza do meu nome.
Meu avô era um velho índio
De antepassados incas
Criei a minha própria lenda
E já não sei o que é verdade
E o que é mentira.
Não sou poeta
Sou pó erva
Pó mate
Pó eira cósmica
Sem eira nem beira
Polichinelo
Não pé de chinelo.
Toda estrada que pego
Todo atalho me leva a Estocolmo
Estocolmo me espera
Estou chegando
Suado cansado descalço
De pé no chão
Arrastando a língua
Implorando amor
E perdão de puta
Chupando manga
Recebendo chutes
Feito um cão sarnento.
Mas não recebendo ordens
De um sargento
Sou capitão
Do meu próprio regimento
De marionetes de papelão.
Bambo-balão
Quero arroz com feijão
Depois um banho quente
Uma cama macia
E uma loira de verdade
O que mais posso querer
Chegado a Estocolmo?
©tom vital/22/02/2009