domingo, 23 de outubro de 2011

Carta A Um Amigo


Carta A Um Amigo
(Em Memória de Marcelo Dos Reis Resende)
Meu Amigo
Meu irmãozinho da infância
E de toda a vida
E de toda a eternidade
O desfecho já era esperado
Mas quando recebi a notícia de sua partida
Eu quis chorar, chorar muito
Mas que pena, que lastima!Meu Amigo
Havia muita gente por perto
(apenas homens)
E como você bem sabe homem não chora!
Principalmente quando há outros homens por perto.
Mas se não chorei por fora
Se não verti lágrimas externas.
Saiba que por dentro chorei, chorei, e muito.

 

Meu Amigo
Meu irmãozinho
Bem sei que te abandonei...
Na fase final de sua doença
Fui covarde... Não adianta evocar a falta de tempo.
Mas quando anunciaram a sua morte
Senti a mesma revolta que sentira
Alguns anos antes, por ocasião da morte
De minha querida mãezinha.
Novamente fiquei de mal com Deus...
Não consigo Amigo aceitar passivamente
"A evidência trágica "do fim que aguarda a todos nós.

 

Meu Amigo
Meu irmãozinho da infância
E de toda a vida
E de toda a eternidade
O desencontro da vida, da vida com a morte
Não permitiu que eu lhe desse o último adeus
Quando recebi a noticia.. Seu corpo já havia
Sido sepultado....

 

Hoje companheiro só me resta na memória
A música do Edú Lobo que você gostava de cantar
Lembra?Lero Lero: "... sou poeta e não nego a minha raça..."
E a doce lembrança
Dos nossos tempos felizes de criança
Quando a gente colocava
Formigas-cabeçudas para brigarem
E construíamos fazendinhas
Em montes de areia, com ramos, gramas
Gravetos pedras tocos, flores
E galhos de árvores.
Copyright Tom Vital/12/10/1993

3 comentários:

  1. Tocante.... faz a gente parar um pouco e pensar...

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  2. são as lembranças do que é mesmo uma vida, do resto, só burocracia, melhor nem lembrar.

    ps: parabéns pela nova decoração do blog, fico mais clean

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  3. Gostei, e gostei muito. Estou levando pra mim!

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