sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Poema Imperfeito

Poema Imperfeito


 

O rei está nu

Mas não tenho guru.

Quem mandou jogar confete

Se era certo o desengano.

Água mole pedra dura

Tanto bate que faz barulho.

Eterno apenas o inferno

Infinito apenas o tempo.

Hoje acordei tão apressado

Que não tive tempo

De engraxar a botina

Nem dar um beijo na minha menina.

Dentro do ônibus eu vi aquela

Bela e frágil mulher...

Que um dia se apossou da minha cama

E do meu falo

E me deixou que era só pele,

Osso e um coração batendo.

Mas fingi não a reconhecer

E a mandei de volta

Para as paginas do velho Buk.

Tenho um porto seguro

Mas bom diabo que sou

Desde sempre

Tenho necessidade

De correr atrás de tempestade

E ventania

E se hoje pareço melancólico

Não é culpa do outono

Esse passou

Faz tempo

É que ontem a vida não

Sorriu pra mim.

Perdi um aconchego

Quando já estava pronto

Para o grand finale.

Mas ganhei um poema.

Um poema imperfeito

Mas a musa a poesia

É como uma mulher caprichosa

Pronta para amar

E quando ela vem

É preciso estar preparado

De braços abertos

E falo ereto...

Sim perdi um aconchego

Mas ganhei um poema

Mesmo posto

Que as palavras também fenecem

E a vida corre célere.

O rei está nu

Mas não tenho guru.

Copyright©Tom Vital/12/11/2010


 


 


 


 


 


 


 

3 comentários:

  1. meu guru é o vento

    minha árvore, minhas lembranças, gurus

    o rei nu, em itatiaia, bangladesh em istambul.

    o rei nu, deus cru, olhos pros cus das meninas.

    os decotes, os lábios, as pernas.....

    o rei está nu, a cueca está ali no chão...

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  2. tom, esse poema é chinfra, véio. bom, very bom

    abusei de sua casa e sampler-ei-te, acima. abraçoss

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