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Tenho
vinte e cinco anos.
Para
ser sincero estou completando
Vinte
e cinco carnavais hoje.
São
13:30 em Belo Horizonte
Uma
quinta feira
Hoje
Eu não vou trabalhar
Resolvi
enforcar o dia.
Já
avisei lá na Indústria...
Resolvi
conceder-me um pouco de irresponsabilidade
Acho
que isso me fará bem
Afinal
não serei jovem para sempre.
A
vergonha que eu tinha na cara
Escorreu
pelo ralo
Quando
eu lavei o rosto na pia
Esta
manhã.
O
Juízo também tomou o mesmo rumo
Culpa
de Fulana.
Faz muito calor aqui dentro de casa.
Estou
falando isso não de copo na mão
Como
possa parecer.
Estou
sentado no vaso para obrar
E
comecei a pensar...
Minha
barriga é de tanquinho
De
tanquinho mesmo, tanquinho vazio
E
não de tanquinho com um pouco
De
roupa suja a ser lavada
Sou
butequeiro. Sim senhor!
Gosto
de uma boa cerveja gelada
E
de um bom tira gosto de buteco.
Meu
irmão, talvez no futuro
Eu
venha a ter calo de balcão como se diz
Afinal
não faço mais Cooper.
Mas
no momento atual
Posso
me orgulhar da boa forma.
Tenho
sangue latino
E
sangue lupino.
Minha
irmã!
Também
tenho uma vizinha
Que
me atrai feito um grande imã
Atraindo
pequenos objetos metálicos.
Mas
a distinta é casada.
Casada
com um negão
De
metro e noventa de altura.
Ela
é dissimulada como ninguém.
Ruiva
trinta e poucos anos
Só
anda de short curtíssimo
Sempre
shortinho branco
Pra
deixar a gente louco
Com
a polpa da bunda toda de fora
E
que Bunda. Meu...!
E
na coxa direita a tatuagem
Em
vermelho fogo da Esfinge de Tebas.
“Como
a nos dizer” Decifra-me.
“Ou
te devoro.”
E
sabe me dar um olhar meigo
Cheio
de inocência.
Sei
que é tudo jogo de cena.
Mas
isso me deixa louco.
E
como deixa.
Quando
ela passa por mim
Eu
sinto minha barraca se armando dentro do calção.
E
o meu coração disparando de paixão.
Como
já disse hoje é meu aniversário
Faço
vinte e cinco anos.
Ontem
ela me convidou a subir as escadas
E
ir lá ao seu Apê o 404
Hoje
à noite.
Eu
não gosto de jogar no campo inimigo
É
perigoso, tem gosto de chumbo, e depois
Não
posso nem reclamar.
Pois
sei que estou errado
Bastante
errado. Todo errado.
Mas
meu Deus!
Eu
não vou fugir de uma mulher
Jovem
bonita e gostosa
Que
me dá bola.
Ainda
que ela seja casada.
Não
eu não vou fugir de uma mulher.
Como
o diabo a fugir da cruz.
Hoje
eu vou lá receber o meu presente
Ontem
ela me disse que se quiser vai ter que ser desse jeito
Disse
também que o marido está viajando...
Então
seja o que Deus quiser.
Copyright© Tom Vital/22/02/1990